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O QUE PODE EXPLICAR AS OSCILAÇÕES NA PRESENÇA DE ESPÉCIES MARINHAS EM NOSSO LITORAL?

Atualizado em 14/04/2023

Postado em 21/10/2021

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Este ano, a quantidade de registros de baleias-jubarte no litoral brasileiro tem chamado a atenção dos profissionais do PMP-BS. Apenas no litoral do Estado de São Paulo, foram registradas até agosto 21 baleias-jubarte por duas instituições que executam o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) nos municípios de Bertioga até São Vicente (Instituto Gremar) e Iguape até Cananeia (IPeC). É um número de ocorrências maior do que o projeto registrou para as mesmas localidades desde 2015, nos quais o número de registros de baleias-jubartes variava no máximo de 5 registros por ano.

Já no ano de 2020, a espécie que intrigou a equipe do PMP-BS foi o pinguim-de-magalhães, que apresentou  maior número de encalhes desde o início do projeto.

Se estendermos o olhar até 2015, quando o PMP-BS começou a ser realizado em São Paulo, fica nítido o quanto a quantidade de indivíduos de cada espécie tem variado ano a ano.

A análise dessas variações é complexa. Pelo ciclo migratório de algumas espécies, as causas podem estar a milhares de quilômetros.

“Tanto os pinguins-de-magalhães como os bobos-pequenos, apesar de utilizarem nossa região como parte de seus ciclos anuais de migração, também dependem de áreas distantes para completar seu ciclo de vida”, exemplifica a Gerente Operacional e bióloga Rosane Farah, do Instituto Gremar.

“As hipóteses que buscam responder as causas de números discrepantes devem ser analisadas com cautela, uma vez que podem não ser reflexo somente das condições ao longo da área de influência da Bacia de Santos, mas podem estar relacionadas a diversas atividades humanas ou até a fenômenos naturais em outras regiões, como no Atlântico Norte, no caso dos bobos-pequenos.”

Maior número de encalhes de jubartes em 2021: montando um quebra-cabeças

No caso das baleias jubarte, 2021 já está marcado pelo alto número de encalhes da espécie no litoral de São Paulo. Além dos dados de encalhes coletados pelo PMP-BS, existem outros projetos que podem acrescentar peças a este quebra-cabeças, como por exemplo o Projeto Baleia Jubarte, da Rede Biomar, patrocinado pela Petrobras, cuja área de atuação vai do estado de São Paulo até a Bahia, área de reprodução das baleias jubartes, e do PMC-BS, que levanta dados sobre baleias e golfinhos na área oceânica na Bacia de Santos.

Segundo o Projeto Baleia Jubarte, 154 encalhes foram registrados ao longo da costa brasileira até setembro. Muitos fatores podem estar por trás desse aumento: aspectos climáticos, oceanográficos, efeitos do aquecimento global, até mesmo o sucesso das ações de conservação desta espécie.

“Graças aos esforços conservacionistas, a população de baleias jubartes, ameaçada de extinção anos atrás, cresceu consideravelmente e se recuperou. O aumento no número de encalhes pode estar relacionado ao aumento populacional, pois mais baleias estão expostas a fatores antrópicos, como prender-se em redes de pesca”, cita a coordenadora Geral Andrea Maranho, do Instituto Gremar, mostrando o quão complexa e ampla é a análise das causas da variação do número de encalhes.

A dinâmica da natureza traduzida em um banco de dados

“Cabe a nós, com os dados coletados diariamente pelo projeto, tentar juntar cada peça e compreender o que está sendo influenciado por ações humanas. E utilizar esse conhecimento em prol da conservação das espécies”, considera Henrique Chupil, coordenador Geral do IPeC.

Nestes seis anos de execução, o PMP-BS tem gerado conhecimentos inéditos a partir dos dados registrados pelo monitoramento. Todas as instituições executoras do projeto depositam as informações coletadas na plataforma online SIMBA (Sistema de Monitoramento da Biota Aquática), resultando em um gigantesco banco de dados.

São informações que têm ampliado a cooperação dos profissionais envolvidos em prol da conservação do oceano e de suas espécies.

Saiba mais sobre o PMP-BS

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) abrange os municípios litorâneos de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e do Rio de Janeiro (de Paraty até Saquarema).

A extensa área a ser monitorada pelo PMP-BS é dividida em três Áreas:

- Área SC/PR (execução coordenada pela Univali);

- Área SP (execução coordenada pela empresa Mineral);

- Área RJ (execução coordenada pela empresa Econservation).

O PMP-BS é realizado pela Petrobras para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.

Caso aviste um animal marinho vivo ou morto nas praias, informe pelos telefones:

PMP Área SC/PR e Área SP – 0800 642-3341

PMP Área RJ – 0800 999-5151

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