Um grupo de 10 leões-marinhos-do-Sul (Otaria flavescens) foi avistado em 5 de maio em um costão em Florianópolis pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS) Área SC/PR. O trabalho de monitoramento nesse trecho é realizado pela Associação R3 Animal. O PMP-BS é dividido em 15 trechos e abrange o litoral dos Estados de SC, PR, SP e RJ, de Laguna/SC a Saquarema/RJ.
Desde o início da pandemia de Covid-19, os projetos ambientais executados pela Petrobras para atendimento das condicionantes exigidas pelo Ibama no licenciamento ambiental de suas atividades têm adotado medidas de contingência, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
No caso do PMP-BS, foi mantido o monitoramento de praias nos 58 municípios abrangidos pelo projeto, inclusive nas cidades que proibiram o acesso às praias por decreto municipal. Nesses casos, foi obtida autorização específica para o monitoramento, realizado neste período com equipe reduzida de profissionais, que adotam os procedimentos preconizados para evitar o contágio. Além disso, foi priorizado o recolhimento dos animais vivos debilitados e das carcaças em estágio inicial de decomposição, que permitem a identificação da causa da morte dos animais.
O registro do grupo de leões-marinhos-do-Sul foi feito pela técnica de monitoramento Amanda Fernandes e pelo monitor Rodrigo Tiburski.
“Os animais mostraram-se responsivos e alertas à nossa presença, mudando sua posição de deitados para eretos e atentos a todos os nossos movimentos. Ao nos aproximarmos, mostraram os dentes e rugiram, comportamento típico de indivíduos ativos desta espécie”, explica Amanda.
Todos os 10 indivíduos apresentavam bom escore corporal e não foi observada nenhuma lesão externa ou em processo de cicatrização. “Por estarem agrupados, especula-se que os animais estejam utilizando a região para descanso após buscarem alimento diariamente em regiões próximas”, avalia a técnica.
Você sabia?
Neste mês de maio, no dia 22, comemora-se o dia internacional da biodiversidade! Esta data, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), visa conscientizar a população mundial sobre a importância da diversidade biológica, além da necessidade da proteção da biodiversidade em todos os ecossistemas do planeta. Portanto, é uma feliz coincidência a avistagem desses animais em um período em que se busca destacar a importância da biodiversidade para o equilíbrio da vida na Terra.
Estrutura de atendimento veterinário em Florianópolis
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos dispõe de 17 instalações da rede de atendimento veterinário, distribuídas nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em Florianópolis, está instalado o Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM) que possui um recinto com piscina exclusivo para os pinípedes (família de mamíferos aquáticos que inclui focas, leões-marinhos, lobos-marinhos e morsas), com capacidade para dois leões/lobos-marinhos-do-Sul adultos. O Centro é coordenado pela R3 Animal e foi estruturado e é mantido pelo PMP-BS.
O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos em Florianópolis possui tanque exclusivo para tratamento de pinípedes
“Além do espaço para os pinípedes, o CePRAM possui outras 11 piscinas, sendo uma para abrigar pinguins, uma para aves voadoras, uma para golfinhos. E há também oito piscinas de uso misto que podem receber filhotes e juvenis de pinípedes”, explica a coordenadora do Trecho 3 do PMP-BS em Florianópolis, a médica veterinária Cristiane Kolesnikovas.
No total, o CePRAM tem capacidade para receber 120 pinguins, 50 aves voadoras, dois leões/lobos-marinhos e um golfinho, simultaneamente. A instalação conta ainda com ambulatório, salas de estabilização, internação e isolamento, laboratório de análises clínicas, sala de necropsia, cozinha para preparação de alimentos para animais e área administrativa.
Saiba mais sobre a espécie
Os leãos-marinho-do-Sul ocorrem na América do Sul, tanto no Oceano Atlântico quanto no Pacífico (veja no mapa). Os animais que costumam aparecer na Região Sul do Brasil, sobretudo nos Estados de RS e SC são, a maioria das vezes, adultos e subadultos oriundos de colônios reprodutivas do Uruguai e Argentina. Esses animais vivem entre 18 e 20 anos na natureza. As fêmeas podem atingir 2 metros e 20 centímetros de comprimento e pesar 150 quilos, enquanto os machos alcançam 2 metros e 60 centímetros e chegam a pesar 350 quilos.
Fonte: International Union for Conservation of Nature (IUCN)
Orientações sobre cuidados com a espécie
Caso seja encontrado um animal destes na região, os técnicos orientam que se mantenha distância, pois são selvagens e, ao se sentirem acuados, podem tentar se defender. Animais de estimação também devem ficar afastados, pois podem transmitir doenças ao leão-marinho.
Como cuidados adicionais, os técnicos destacam nunca fornecer alimentos aos animais, nem forçá-los a entrar na água. Não deve ser utilizado flash para fotos.
Lembre-se: molestar animais silvestres é crime previsto na Lei Federal 9.605/98, com pena de seis meses a um ano de prisão e multa.
É importante também informar as equipes do PMP-BS pelos telefones;
SC, PR e SP: 0800 642 3341
RJ : 0800 999 5151
Ações de contingência dos projetos condicionantes
Durante a fase de pandemia de Covid-19, os projetos condicionantes estão executando suas atividades de forma adaptada para contribuir com a prevenção do novo coronavírus.
Veja aqui as medidas de contingência adotadas no PMP-BS.
- Foi mantido o monitoramento regular das praias nos 58 municípios abrangidos pelo PMP-BS que continuam com acesso permitido, sendo feito com efetivo reduzido de profissionais.
- Suspenso o monitoramento regular apenas nas praias onde as condições de segurança ou operacionais não permitem a execução com um único técnico ou onde as comunidades tradicionais solicitaram a interrupção do monitoramento (Área SC/PR: Ilha das Peças e Superagui Norte (Trecho 6); Área SP: Trecho Cambuzinho e Praia Preta (Trecho 9), Armação, Camburi, Feiticeira, Oeste, Picinguaba, Pinto, Ponta Azeda, Praia do Péres, Praia do Sérgio, Praia Porto Batongo, Prainha Péres, Ponta Pequeá (Trecho 10); Área RJ: Caixa D´Aço e Prainha Grande (Trecho 11), Frade e Mombaça (Trecho 12)).
- Mantido o recolhimento apenas de animais vivos debilitados que necessitem de atendimento veterinário e de carcaças em estágio inicial de decomposição.
- Restringido o atendimento aos acionamentos relacionados a animais vivos.
- Mantido o funcionamento das 17 instalações da rede de atendimento veterinário, assegurando a continuidade do atendimento dos animais que estão em reabilitação e a realização de necropsia das carcaças. O funcionamento conta com efetivo reduzido e adoção de medidas de restrição de convivência e compartilhamento de ambientes.
Conheça aqui as ações de contingência adotadas nos demais projetos ambientais condicionantes.