A Petrobras, representada pelo gerente geral da UO-BS, Osvaldo Kawakami, participou no dia 28 de março da inauguração do Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos de Florianópolis (SC). A obra foi executada pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), com investimento da companhia, e possui 3 mil m² de área construída, podendo receber mais de 170 animais ao mesmo tempo. Trata-se da maior instalação deste tipo no país. Seu objetivo é contribuir na avaliação da interferência das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do atendimento veterinário a animais vivos e a realização de necropsia em mortos recolhidos pelo monitoramento de praias.
A cerimônia também contou com a presença do presidente da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), recentemente alterado para IMA, Alexandre Rates, e do vice-reitor de pós-graduação, pesquisa e extensão da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Rogério Correa, entre outras autoridades.
O centro é fruto de um contrato celebrado entre a Petrobras e a Univali, com participação de outras nove instituições integrantes da Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos Brasil (REMAB) e da Fundação Pró-TAMAR, e integra o projeto de monitoramento que atende às condicionantes do licenciamento ambiental das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no pré-sal da Bacia de Santos, conduzido pelo IBAMA.
“É gratificante ver que o alcance do projeto extrapola o cumprimento da condicionante legal. Eles são extremamente relevantes para a gestão ambiental e conservação de espécies ameaçadas do Brasil. Seus dados e informações têm sido utilizados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para atualização do Plano de Ação Nacional para Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP) e também como fonte de artigos científicos e trabalhos de graduação, mestrados e até doutorados”, disse Kawakami na cerimônia.
“A parceria com a UNIVALI e com os órgãos governamentais, como a FATMA, responsável pelo Parque Estadual do Rio Vermelho, tem trazido excelentes resultados, sendo essa instalação a 4ª estruturada e inaugurada em Santa Catarina”, disse Kawakami.
As instalações estão preparadas para receber até 120 pinguins, 50 aves diversas, dois leões/lobos-marinhos e um golfinho, simultaneamente, contando com piscinas para os animais, ambulatório, salas de estabilização e despetrolização (caso sejam atendidos animais oleados), internação e isolamento, laboratório de análises clínicas, sala de necropsia, cozinha para preparação de alimentos para animais e área administrativa.
No ano passado também foram inauguradas em Santa Catarina três unidades de Estabilização da Fauna Marinha, nas cidades de Penha, São Francisco do Sul e Laguna. As ações que compõe o PMP foram divididas em 2 fases, sendo que a Fase 1 é executada pela UNIVALI e suas parceiras nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A Fase 2 é executada pelo CTA no Rio de Janeiro.
Ao todo a Fase 1 contará primeira etapa já conta com cinco Centros de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CRD) nos municípios de Ubatuba (SP), Guarujá (SP), Cananéia (SP), Pontal do Paraná (PR) e Florianópolis (SC); e mais cinco Unidades de Estabilização de Animais Marinhos (UE), em S. Sebastião (SP), Praia Grande (SP), S. Francisco do Sul (SC), Penha (SC) e Laguna (SC), além de Base de Apoio no Parque do Superagui (PR). A Fase 2, entre os municípios de Paraty e Saquarema, no Rio de Janeiro, conta com dois CRDs, um no norte fluminense em Araruama (RJ) e outro ao sul, em Angra dos Reis (RJ), além de uma UE e uma Unidade de Necropsia de Mamíferos Marinhos, ambas no Rio de Janeiro (RJ).
Até o momento já foram investidos pela Petrobras R$ 176 milhões de reais nas atividades pertinentes ao projeto. Em 33 meses de monitoramento, foram verificados 557 mil quilômetros de praias entre Laguna (SC) e Ubatuba (SP) por via terrestre e outros 13 mil por via aquática. Nesse período, mais de 37 mil animais foram registrados pelas 11 equipes que participam do PMP-BS Fase 1, sendo que a maioria dos registros ocorreu em Santa Catarina. Não foi constatada interferência da atividade de produção e escoamento de petróleo e gás natural da Bacia de Santos nestes casos analisados.