As equipes do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) participaram, no dia 17/9, do Dia Mundial de Limpeza de Praias e Rios (World Cleanup Day). A edição de 2022 marcou o retorno à forma presencial, já que nos últimos dois anos, em razão da pandemia de Covid-19, as ações de limpeza de praias foram feitas de forma simbólica.
No total, 1,89 tonelada de lixo foi recolhida nas praias de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina em apenas 1 hora de atividade, que contou com a participação de diversos voluntários e parcerias com prefeituras, escolas e outras instituições. Os resíduos recolhidos foram destinados a cooperativas de reciclagem.
Em São Paulo, as ações aconteceram em municípios do litoral norte e litoral sul. O plástico foi o campeão entre os resíduos encontrados. Só na região de Ilha Comprida e Ilha do Cardoso (SP) foram 280kg. Lá, os participantes também retiraram da areia duas geladeiras e um pneu de caminhão. Entretanto, o que chamou a atenção foi a quantidade de filtros de cigarro coletados: foram 4.252 unidades encontradas nas praias de Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba e 4.050 na praia do Guaiuba, em Guarujá (SP).
Imagem da ação realizada pelo Gremar na Praia do Guaiuba, Guarujá/SP
“Ações de limpeza de praia são gestos simbólicos, mas que têm um papel fundamental na sensibilização quanto aos problemas que os resíduos causam ao oceano”, comenta a bióloga e coordenadora técnica Carla Beatriz, do Instituto Argonauta, instituição executora do Trecho 10 do PMP-BS, nos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela e São Sebastião/SP.
Ação realizada em Ubatuba pelo Instituto Argonauta
“Sabemos da gravidade desse problema ao testemunharmos os impactos dos resíduos nos animais marinhos, a exemplo de material plástico ingerido pelos animais, o que geralmente colabora com a morte desses indivíduos”, comenta a médica veterinária Juliana Guimarães, do Instituto Biopesca, instituição executora do Trecho 08 do PMP-BS, nos municípios de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe/SP.
No Rio de Janeiro, o mutirão aconteceu na praia do Leblon no município do Rio de Janeiro e em Mangaratiba e em Santa Catarina, a limpeza foi realizada em Imbituba (SC) e no Parque Natural Municipal Costeira de Zimbros, em Bombinhas (SC).
Ao todo foram 767 voluntários que ajudaram na coleta, triagem e pesagem dos resíduos encontrados nesta ação de limpeza de praias do PMP-BS. Ao participar de eventos de mutirões de limpeza de praias, as pessoas percebem e vivenciam de perto essa realidade, e assim podem começar a fazer parte da solução. “O lixo no mar é um problema real que não afeta exclusivamente os animais marinhos, mas todos os ambientes, chegando até mesmo aos organismos dos seres humanos", destaca Tissiane Becher, médica veterinária do Trecho 4 do PMP-BS, executado pela Univali, que compreende os municípios catarinenses de Governador Celso Ramos até Barra Velha.
Equipe que realizou a ação no Parque de Zimbros, Bombinhas (SC)
“Foi muito importante ter participado do 'Dia Mundial da Limpeza de Praias', pois as novas gerações estiveram presentes. São eles que irão cuidar do nosso planeta, o futuro está nas mãos deles! Foi muito legal vê-los interessados e dispostos a ajudar”, disse Santiago Anguita, assistente de comunicação do Trecho 1 do PMP-BS, que compreende os municípios catarinenses de Laguna até Imbituba, executado pela UDESC.
Saiba mais sobre o PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos abrange municípios litorâneos dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e do Rio de Janeiro (de Paraty até Saquarema). A extensa área a ser monitorada (mais de 1.500 km de costa) pelo PMP-BS é dividida em Área SC/PR (execução coordenada pela Univali), Área SP (execução coordenada pela empresa Mineral) e Área RJ (execução coordenada pela empresa Econservation).
O projeto, executado pela Petrobras para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, é uma ferramenta para a gestão ambiental das atividades da companhia e entrega um resultado importante para a conservação das espécies marinhas.
A população pode participar, acionando as equipes ao avistar um animal marinho vivo ou morto, pelos telefones: