O dia 5 de junho foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o dia Mundial do Meio Ambiente. A proposta surgiu na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo, em 1972. Teve como objetivo atrair os olhares da sociedade para a importância da preservação dos recursos naturais e para o desenvolvimento de parâmetros que fortalecessem as políticas ambientais.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) não poderia ficar de fora dessa comemoração, pois tem um papel fundamental na preservação do ambiente marinho. Ele é executado para atendimento a uma condicionante das licenças ambientais emitidas pelo Ibama para o licenciamento ambiental das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos. Tem como objetivo avaliar os possíveis impactos dessas atividades sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos no monitoramento.
De agosto de 2015, início do projeto, ao final de abril de 2020, nas praias dos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Paraná, o PMP-BS registrou 82.601 animais marinhos. Destes, 42.686 foram aves, 34.109 foram répteis (tartarugas) e 5.806 foram mamíferos. Nos três grupos temos algumas poucas espécies que respondem pela grande maioria dos registros. Nas aves, das 81 espécies encontradas, os pinguins (Spheniscus magellanicus) e os bobos-pequenos (Puffinus puffinus), juntos, compõem 60% de todos os registros. Para os mamíferos, das 35 espécies encontradas, são as espécies costeiras de golfinhos que juntas chegam a 67%: toninhas (Pontoporia blainvillei) e os botos-cinza (Sotalia guianensis). Já nas tartarugas, das cinco espécies encontradas, é a tartaruga-verde (Chelonia mydas) que sozinha representa 87% de todas as tartarugas registradas. Para o biólogo André Barreto, coordenador geral do projeto na Área SC/PR, o PMP-BS auxilia para um maior conhecimento da diversidade de espécies que existem no ambiente marinho, que por ser um local de difícil acesso, nós temos uma menor compreensão da dinâmica entre as espécies. ``Se por um lado temos poucas espécies que representam a grande maioria de registros, por outro temos algumas que ao longo destes quase cinco anos foram vistas apenas uma vez. Isso mostra que ainda temos muito a conhecer das espécies que habitam o ambiente marinho``, complementa André.
Todos os dados coletados pelo projeto são abertos e estão disponíveis no site https://segurogis.petrobras.com.br/simba/web/. Eles são resultantes de um trabalho em rede entre mais de 15 instituições que executam o projeto nos quatro estados que estão inclusos na área de abrangência da Bacia de Santos. A qualificação da equipe e o empenho de todos na contribuição para o desenvolvimento de novas pesquisas, além dos grandes esforços para o sucesso na reabilitação dos animais encontrados vivos, tem permitido que a cada ano o projeto se fortaleça como referência na área, auxiliando nas diretrizes para a preservação da biodiversidade marinha.
O projeto é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A Universidade do Vale do Itajaí (Univali) coordena a execução do PMP-BS Área SC/PR, a empresa Mineral coordena a execução do PMP-BS Área SP e a empresa Econservation coordena a execução do PMP-BS Área RJ. Você também pode contribuir! Caso encontre algum animal marinho na faixa de areia, vivo ou morto, entre em contato pelo telefone 0800 642 33 41 para Área SC/PR e Área SP e 0800 999 5151 para Área RJ.