Um balanço realizado pelo Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Bacia de Santos mostra que, de janeiro a junho desde ano, foram encontrados 2567 pinguins nas praias monitoradas. Este número é o maior registrado nos últimos cinco anos no mês de junho. Os pesquisadores não sabem, ainda, o que motivou este aumento, mas acreditam que o número ainda irá crescer, pois julho, agosto e setembro são os meses com maior número de ocorrências. Só nos primeiros dias de julho (até 9 de julho) já foram registrados 477 pinguins.
O litoral paulista lidera o ranking junto com Santa Catarina, onde foram resgatados 1161 e 1153 respectivamente no mês de junho. Em comparação com o mesmo período do ano passado ocorreu um aumento de quase 30 vezes. Nos seis primeiros meses de 2019 foram resgatados 88 animais.
De acordo com o projeto, os animais são da espécie pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), comum nas Ilhas Malvinas, Argentina e Chile, que, migram para o litoral brasileiro durante o inverno. São aves migratórias que não voam e se deslocam através das correntes frias. É comum encontrá-los bastante debilitados ou mortos. Dados do PMP-BS indicam algumas causas recorrentes, como indivíduos mais jovens ficam pelo caminho por cansaço ou por se perderem do grupo nas correntes marítimas, não alcançando o destino. Há casos também de animais que se enroscam em petrechos de pesca ou ingerem lixo, como plástico, causando lesões muitas vezes fatais.
Imagens de pinguins no centro de reabilitação (Foto Ipec/PMP-BS)
O quadro de debilidade geral com o qual muitos pinguins são localizados é causado normalmente por desidratação, desnutrição e hipotermia. A reabilitação consiste em reestabelecer a hidratação, a temperatura e a condição corporal dos animais. Todos os animais encontrados são avaliados e, quando necessário, são encaminhados para o atendimento veterinário.
Após a estabilização do quadro clínico, o animal é ambientado para retornar à natureza. Antes, eles recebem uma marcação, que permitirá o seu acompanhamento, caso reapareçam em outra região. Os pinguins, por exemplo, recebem chips. E, nos animais mortos, é realizada necropsia para identificar a causa da morte e avaliar se houve interação com atividades humanas.
O que fazer ao avistar um pinguim
A presença de pinguins-de-Magalhães no litoral de São Paulo é rotineira durante todo o inverno, podendo ir até a chegada da primavera. Esses animais silvestres não estão acostumados com interação humana. Aglomerações e aproximações podem estressá-los, impactando diretamente em sua saúde.
Se localizar animais dessa espécie, mantenha distância e afaste os animais domésticos, que podem transmitir doenças aos pinguins. Não o alimente, não o molhe e jamais coloque-o no gelo. Se ele saiu da água, pode estar cansado, desidratado, doente ou com a temperatura corporal baixa. Não o force a voltar para a água.
Caso encontre pinguins, ou outras aves, tartarugas e mamíferos marinhos, contate o PMP-BS:
Área SC/PR e Área SP – 0800 6423341
Área RJ (Paraty a Saquarema) – 0800 9995151
PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos é uma das condicionantes definidas no licenciamento ambiental pelo Ibama e seu objetivo é avaliar a interferência das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário a animais vivos e mortos.
O projeto é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos, sob execução de diferentes instituições:
- PMP-BS Área SC/PR, cuja execução é coordenada pela Univali;
- PMP-BS Área SP, cuja execução é coordenada pela empresa Mineral;
- PMP-BS Área RJ (cuja execução é coordenada pela empresa Econservation.