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Projeto de Monitoramento de Praias registra número recorde de animais recolhidos entre Santa Catarina e Paraná

Atualizado em 13/04/2023

Postado em 25/09/2018

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Desde agosto deste ano, o número de animais marinhos (aves, tartarugas, baleias, golfinhos, lobos e leões-marinhos) recolhidos pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) aumentou expressivamente, fato que tem sido analisado pelos pesquisadores que atuam no monitoramento. Os números recordes vêm sendo registrados especialmente na costa paranaense e na região norte catarinense.

Para comparação, no período de 20 de junho a 19 de julho deste ano, 1.052 animais foram registrados. No período subsequente, entre 20 de julho a 19 de agosto, o número saltou para 4.158, e aumentou mais no período entre 20 de agosto e 19 de setembro quando foram 8188 registros (96,5% localizados mortos) sendo a maior parte composta por pinguins-de-Magalhães.

Segundo André Silva Barreto, biólogo e coordenador na Univali, universidade que executa o monitoramento em um trecho no estado de Santa Catarina e coordena o projeto executado por outras instituições nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, esse aumento pode ser decorrente dos padrões de vento e correntes marítimas característicos do inverno.

“A maioria dos animais encontrados são da espécie pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus). Uma hipótese é que esse aumento tenha sido motivado pela maior natalidade nas colônias, já que em grande parte os animais encontrados são juvenis. Há também a probabilidade dessa mortalidade ser normal e, com a mudança nos processos oceanográficos neste ano, os animais foram levados às praias”, conta André.

O pinguim-de-Magalhães é um visitante sazonal da costa brasileira, principalmente em águas da região Sul, sendo rotineiro que animais jovens desta espécie apareçam em grande número no inverno. As principais colônias reprodutivas ficam na Patagônia Argentina. Ainda segundo André Barreto “Nos três anos de execução do PMP-BS não tivemos um ano igual ao outro com relação aos registros de animais, portanto ainda é difícil dizer o que é o “normal” para a região.”


Os animais coletados são encaminhados a uma das treze instalações da Rede de Atendimento Veterinário (7 Centros de Reabilitação e Despetrolização e 6 Unidades de Estabilização) estruturadas no âmbito do projeto de monitoramento, onde os animais debilitados recebem atendimento veterinário. Os animais encontradas mortos, são necropsiados para o levantamento de informações que visam identificar o motivo da morte. “O PMP-BS utiliza como protocolo que animais localizados em uma mesma praia podem ser considerados como ocorrência em massa, desde que estejam em similar estado de decomposição”, explica André.

No caso de animais recolhidos que não fazem parte do encalhe, é realizada a necropsia prioritariamente nas carcaças que estão em melhores condições de preservação, pois poderão fornecer informações de maior qualidade para identificação da causa mortis.

Saiba mais sobre o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS)

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos é desenvolvido como condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

O objetivo do PMP-BS é avaliar a interferência das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário a animais vivos e coleta e análise dos animais mortos.

O PMP-BS tem caráter regional e sua execução foi dividida em duas fases: a primeira é realizada de Laguna (SC) a Ubatuba (SP), coordenada pela Univali e executada por outras oito instituições integrantes da Rede Brasileira de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Brasil (REMAB) e pela Fundação Pró-Tamar. A Fase 2 acontece de Paraty a Saquarema (RJ), sendo executada pela empresa CTA Serviços em Meio Ambiente Ltda., contando com a participação de duas instituições da REMAB.

Segundo o gerente de meio ambiente da UO-BS, Marcos Vinícius de Mello, “a execução desse monitoramento atende a uma obrigação legal para que a empresa opere em conformidade com a legislação ambiental brasileira. Os resultados têm contribuído efetivamente para a geração de conhecimento científico sobre a nossa biodiversidade marinha, além de colaborar para que os órgãos ambientais brasileiros realizem a gestão e a conservação ambiental”.

Para conhecer os resultados obtidos no PMP-BS, acesse os relatórios anuais encaminhados ao Ibama através do link https://www.comunicabaciadesantos.com.br/programa-ambiental/projeto-de-monitoramento-de-praias-pmp.html

PMP na Petrobras

Caso você visualize um animal vivo na praia que esteja debilitado ou uma carcaça, pode acionar as equipes do PMP pelos telefones:

Litoral dos estados de SC, PR e SP: 0800-6423341

Litoral do Rio de Janeiro (Paraty até Saquarema): 0800-0095444

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