Reunião destaca os dez anos do Projeto de Monitoramento da Paisagem Acústica Submarina da Bacia de Santos

Atualizado em 15/10/2025

Postado em 15/10/2025

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Foi realizada no dia 23 de setembro, no Rio de Janeiro, com participantes presenciais e por videoconferência, a Reunião de Análise Crítica (RAC) para destacar os dez anos do Projeto de Monitoramento da Paisagem Acústica Submarina da Bacia de Santos (PMPAS-BS).

Desenvolvido pela Petrobras para cumprimento às condicionantes do licenciamento ambiental federal conduzido pelo IBAMA, o PMPAS-BS promove a caracterização da paisagem acústica submarina e o monitoramento do nível de ruído submarino na região do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos e nas rotas de navegação preferenciais que servem à região.

A reunião foi conduzida pelos coordenadores do PMPAS-BS Ângela Spengler e Diogo Peregrino, com a participação dos representantes da Petrobras, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), do Instituto de Pesquisa da Marinha do Brasil (IPqM) e das empresas OceanPact Tech, Fugro e Socioambiental.

Além de fazer um balanço das atividades, a reunião teve como objetivo alinhar as iniciativas para o próximo ciclo do projeto. “O PMPAS-BS foi estruturado em ciclos de implantação de cerca de quatro anos cada, para permitir ajustes no projeto conforme os resultados alcançados. Durante a RAC foi apresentada a proposta para o 3º ciclo do PMPAS-BS, previsto para iniciar em 2027”, explica Ângela. 

A proposta prevê adequações para a coleta de dados e torna a modelagem acústica a principal ferramenta para o monitoramento das possíveis alterações nos níveis de ruído ao longo dos anos. “O conjunto de dados coletados no âmbito do PMPAS-BS permite uma visão abrangente da variabilidade espacial e temporal do ruído acústico na Bacia de Santos”, ressalta.

Durante o encontro, representantes do IBAMA destacaram a qualidade técnica do projeto e os resultados obtidos nos dez anos de atuação na Bacia de Santos. Foi destacado pelo IPqM que o Termo de Cooperação assinado entre o Instituto e a Petrobras permitiu o desenvolvimento do hidrofone nacional, importante para fortalecer a soberania nacional em áreas estratégicas, como defesa e pesquisa marinha e que está em fase de testes.

Entre os destaques do PMPAS-BS, está o desenvolvimento do Sistema de Modelagem Acústica Submarina (SIMAS), uma ferramenta de previsão da paisagem acústica submarina, que usa como entrada dados de assinatura acústica de navios, dados oceanográficos e dados geofísicos, gerando mapas dos níveis de ruído para a Bacia de Santos. “O sistema é ajustado e validado continuamente a partir da comparação com dados acústicos obtidos em campo e tem mostrado que é capaz de reproduzir com relativa precisão os padrões de variação espacial do ruído nos diferentes domínios fisiográficos da Bacia de Santos”, destaca Ângela.

Outro resultado importante do PMPAS-BS é a integração com o Projeto de Monitoramento de Cetáceos na Bacia de Santos (PMC-BS). Já foram disponibilizadas mais de 700 horas de gravação de vocalizações de cetáceos para o PMC-BS, complementando as gravações rotineiras feitas pelo PMC-BS, principalmente para o estudo de misticetos, uma vez que a gravação feita naquele projeto tem a faixa de baixa frequência contaminada pelo ruído do navio que reboca o arranjo de hidrofones. "O PMPAS-BS disponibiliza dados da paisagem acústica e também os níveis de ruído medidos pelos gliders do monitoramento específico da sísmica, que são importantes para a avaliação dos possíveis impactos das atividades de E&P sobre os cetáceos”, finaliza Ângela.

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