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VOCÊ SABIA QUE AS TARTARUGAS MARINHAS SÃO ANIMAIS PRÉ-HISTÓRICOS?

Atualizado em 17/04/2023

Postado em 16/06/2021

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As Tartarugas Marinhas estão no planeta há pelo menos 120 milhões de anos. Elas conviveram com os dinossauros e resistiram a todas as mudanças que os levaram à extinção, há cerca de 65 milhões de anos. O Dia Mundial da Tartaruga Marinha, celebrado anualmente em 16 de junho, é um dia especialmente dedicado a ressaltar a importância desses animais que são conhecidos como sentinelas dos mares.

Por serem animais de "sangue frio”, ou seja, sua temperatura corporal varia conforme a temperatura do ambiente, possuem a fisiologia profundamente influenciada pelo meio externo. Essa condição, junto de outras particularidades como colocar vários ninhos numa mesma temporada reprodutiva, fazem com que as tartarugas sejam um organismo ideal para detectar alterações no ambiente, como por exemplo as mudanças climáticas.

Cinco espécies utilizam a costa do Brasil para alimentação e reprodução e todas estão ameaçadas de extinção: Chelonia mydas (Tartaruga-verde), Eretmochelys imbricata (Tartaruga-de-pente), Caretta caretta (Tartaruga-Cabeçuda), Lepidochelys olivacea (Tartaruga-Oliva) e Dermochelys coriacea (Tartaruga-de-Couro).

Nas praias do Estado de São Paulo, no período entre agosto de 2019 e maio deste ano, foram registradas 3.603 tartarugas marinhas. Dentre elas, 406 estavam vivas e foram encaminhadas para os centros de reabilitação e unidade de estabilização e 64 devolvidas para a natureza.

Em Santa Catarina e Paraná, desde 2015, foram encontradas 18.643 tartarugas, sendo 801 encaminhadas para reabilitação e 268 devolvidas para a natureza.

No litoral do Rio de Janeiro, da praia do Caixa D’Aço Paraty até a praia da Vila Saquarema que são monitorados pelo PMP-BS área RJ, foram registradas 1.251, sendo 129 resgatadas com vida entre setembro de 2019 até hoje. Desse total, 103 animais foram encaminhados para tratamento nos Centros de Reabilitação e Despetrolização (CRD) e 28 já foram devolvidas para a natureza.

De cada mil filhotes que nascem, somente um ou dois conseguem atingir a maturidade. Além dos predadores naturais, as ações do homem estão entre as principais ameaças às populações de tartarugas marinhas, como a pesca incidental ao longo de toda a costa, com redes de espera e de arrasto, ou em alto mar, na pesca de espinhel ou em redes de deriva; o trânsito de veículos nas praias de desova; a destruição do habitat para desova pela ocupação desordenada do litoral; a poluição dos oceanos e as mudanças climáticas.

Desova da tartaruga-de-couro, a maior tartaruga marinha do mundo, foi vigiada pela equipe do PMP-BS
Entre 19 de fevereiro e 17 de março, a equipe do Instituto Biopesca, uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), acompanhou de perto 3 desovas de uma tartaruga-de-couro em praias de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo.

Os ninhos foram protegidos com cercas, placas informativas e câmeras de monitoramento com transmissão em tempo real, além vigilância constante diariamente com apoio da Guarda Civil Municipal e das secretarias municipais de Meio Ambiente e Segurança de Itanhaém. Esse foi o primeiro registro de desova dessa espécie no município e o segundo no estado de São Paulo (o primeiro foi em Ilha Comprida). A área comum de desova da tartaruga-de-couro é o litoral norte do Espírito Santo.

Apesar de grande expectativa, a equipe sabia que a chance de nascimento dos filhotes era pequena. A área está sujeita à mares altas e a areia úmida e fria pode prejudicar o desenvolvimento dos embriões (o calor da areia é fundamental para o desenvolvimento dos ovos).

No dia 8 de maio, uma forte ressaca atingiu o primeiro ninho na praia do bairro Suarão e, ao remover a areia deslocou os ovos. Todos os 103 ovos foram recolhidos pela equipe do Instituto Biopesca antes de serem levados pela água, 79 dias após a desova. Após análise, eles constataram que todos estavam "gorados", ou seja, não foram fecundados e, a maioria estava em decomposição.

Na manhã do dia 25 de maio, a equipe optou por fazer uma intervenção no segundo ninho, sem risco para os ovos. Foram recolhidos 121 ovos, também não fecundados. Na noite desse mesmo dia, a maré invadiu a área do terceiro ninho, derrubando a proteção. Mais uma vez, a equipe do IBP conseguiu recolher os ovos antes que fossem levados pela água. No total, foram recolhidos 96 ovos, também não fecundados.

O IBP colocou um anilha na fêmea de 1,77m de comprimento no momento da primeira desova para continuar acompanhando o paradeiro dela em possíveis novas aparições. Essa espécie chega a desovar 11 vezes por temporada e põe até 90 ovos por vez.

Sobre o PMP-BS
O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos.

A extensa área a ser monitorada (mais de 1.500 km de costa) é dividida em PMP-BS Área SC/PR (cuja execução é coordenada pela Univali), PMP-BS Área SP (cuja execução é coordenada pela empresa Mineral) e PMP-BS Área RJ (que compreende o trecho de Paraty a Saquarema e é executado pela Econservation).

O monitoramento engloba registro, resgate, necropsia, reabilitação e soltura de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, contribuindo para a gestão de políticas públicas para a conservação da biodiversidade marinha.

A população pode participar, acionando as equipes ao avistar um animal vivo ou morto, pelos telefones:

PMP Área SC/PR e Área SP – 0800 642-3341

PMP Área RJ – 0800 999-5151

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