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PMP-BS amplia conhecimentos científicos sobre as toninhas

Atualizado em 06/10/2023

Postado em 06/10/2023

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Espécie de golfinho mais ameaçada de extinção na América do Sul, as toninhas (Pontoporia blainvillei) têm em seu comportamento discreto uma dificuldade para sua observação na natureza - o que explica, em parte, as lacunas de conhecimento pela ciência sobre esses animais. 

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) vem conseguindo ampliar o olhar sobre as toninhas e as chances de recuperação de indivíduos encalhados, especialmente pelos conhecimentos acumulados nos atendimentos veterinários. 

Na Área Santa Catarina/Paaná, cuja execução do PMP-BS é coordenada pela Univali, há recorrentes recolhimentos de carcaças de toninhas nas praias, mas também já se registram casos de sucesso na reabilitação realizada por instituições do PMP-BS.

Um momento de destaque na história do PMP-BS envolvendo toninhas foi registrado pela Univille, instituição que executa o projeto no Trecho 5, entre os municípios catarinenses de Araquari e Itapoá. Em setembro de 2021, foi realizado o primeiro atendimento de toninha viva com soltura imediata pelo PMP-BS no norte catarinense.

A toninha Garoa, uma fêmea juvenil de 95 centímetros, foi resgatada com vida, durante o monitoramento regular, enroscada em um pedaço de rede de pesca, na Praia Grande, em São Francisco do Sul. Após o resgate, uma base móvel com uma piscina foi montada na praia, onde ocorreu o atendimento, em ação conjunta com o Projeto Toninhas do Brasil. Depois de estabilizada, a Garoa foi solta nas águas calmas da praia de Enseada.


“Foi um momento de grande emoção, mas também de estratégia. A toninha é um animal sensível e essa chegou muito enrolada em rede de pesca. O sucesso deste caso foi mérito de cada profissional envolvido”, lembra a coordenadora geral do PMP-BS/Univille, Jenyffer Vierheller.

Outras experiências de atendimento a toninhas foram vivenciadas pela equipe da Udesc, universidade que monitora o Trecho 1, entre Laguna e Imbituba/SC e realiza atendimento veterinário na Unidade de Estabilização de Laguna. Desde a inauguração da Unidade de Estabilização, houve três casos de atendimento veterinário de toninhas vivas, inclusive um atendimento e soltura na natureza de uma toninha juvenil, dias depois de ser resgatada na Praia do Sol de Laguna em 2017.

Aprendizado com os encalhes

Mesmo nos casos em que a reabilitação não é possível ou o animal já é encontrado morto, a atuação do PMP-BS possibilita o levantamento de informações importantes sobre as toninhas. 

Em março de 2022, por exemplo, o Instituto Gremar registrou o encalhe de 12 toninhas mortas na Praia do Indaiá, em Bertioga, litoral de São Paulo. Eram 4 machos adultos, 7 fêmeas e 1 filhote. Durante o exame de necropsia, a equipe constatou que 3 fêmeas estavam prenhes, 2 toninhas tinham resíduos sólidos (lixo) em seu conteúdo estomacal e todas apresentavam congestão pulmonar, indicativo de afogamento. 

A dra. Camila Domit, bióloga do LEC/UFPR (instituição que monitora o Trecho 6, os municípios de Guaratuba e Guaraqueçaba/PR), destaca um aspecto relevante: “Quando registramos um animal morto na praia, em geral eles morreram em um raio de aproximadamente 30 km, mas nem todos chegam à costa e são registrados. Muitos derivam para o oceano, são predadas por tubarões ou mesmo afundam no mar”. 

Segundo Domit, “a atividade de pesca é uma das principais causas de impactos aos animais e leva à morte muitas toninhas", afirma a bióloga, que aponta ainda que, “Alguns animais são registrados com marcas de predação por tubarões. A presença de predadores na área destaca alta produtividade e a capacidade ambiental de sustentar boa diversidade de recursos pesqueiros no litoral do Paraná.” 

Primeira toninha resgatada com vida pelo PMP-BS, uma fêmea encontrada em novembro de 2016 em praia em Navegantes/SC e atendida na Unidade de Estabilização de Penha do Trecho 4 do PMP-BS, gerida pela Univali. 


“Toda a equipe se envolveu de forma técnica e emocional na tentativa de manter o indivíduo vivo”, lembra o coordenador da unidade, Jeferson Dick.
Devido ao estado de saúde, a “baby” toninha não resistiu e morreu.

 

Dia da Toninha: oportunidade para divulgar informações sobre a espécie 
Como forma de ampliar as divulgações sobre esses animais, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA) do ICMBio instituiu em 2019 o Dia da Toninha, em 1º de outubro. 

Esse é um dos menores mamíferos dos oceanos e vive em águas rasas de até 50 metros de profundidade na costa marítima do Brasil, Uruguai e Argentina. São animais particularmente vulneráveis a atividades como pesca e tráfego de embarcações.

Saiba mais sobre o PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos abrange os municípios litorâneos dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e do Rio de Janeiro (de Paraty até Saquarema). A extensa área a ser monitorada (mais de 1.500 km de costa) é dividida em Área SC/PR (execução coordenada pela Univali), Área SP (execução coordenada pela empresa Mineral) e Área RJ (execução coordenada pela empresa Econservation).

O projeto é executado pela Petrobras para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.
A população pode participar, acionando as equipes ao avistar um animal marinho vivo ou morto, pelos telefones:
PMP Área SC/PR e Área SP – 0800 642-3341
PMP Área RJ – 0800 999-5151
 

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