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Preservar para o futuro: PMP-BS contribui para o fortalecimento da gestão ambiental da biodiversidade do litoral brasileiro

Atualizado em 04/08/2023

Postado em 06/06/2023

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Neste dia 22 de maio, o mundo celebra o Dia Internacional da Biodiversidade, uma ocasião especial que nos lembra da incrível variedade de formas de vida em nosso planeta e da importância de sua preservação. Vivemos no país que abriga a maior biodiversidade de flora e fauna do planeta. São mais de 103 mil espécies animais e 43 mil espécies vegetais conhecidas pela ciência no Brasil.

Só de extensão de costa marinha, o Brasil possui 3,5 milhões km², que inclui ecossistemas como recifes de corais, dunas, manguezais, estuários e pântanos, responsáveis por abrigar uma riqueza gigantesca de espécies marinhas e costeiras.

O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS) contribui significativamente para a preservação da biodiversidade a medida que o monitoramento diário das praias gera dados de qualidade que permitem a avaliação e orientação de ações de gestão mais eficientes em prol da conservação da biodiversidade marinha entre os municípios litorâneos dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro (de Paraty até Saquarema).

“Temos a oportunidade de acompanhar o fluxo dos animais, as pressões que eles sofrem e as condições de saúde que se encontram. Também aprendemos sobre o fluxo migratório das espécies e conseguimos investigar a ocorrência de animais raros. Esse conjunto de atividades contribui para a conservação e uso sustentável do oceano, dos mares e dos recursos marinhos”, apontou Jeferson Dick, oceanógrafo e coordenador da Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali, executora do projeto nos trechos de Paraná e Santa Catarina.

Em quase uma década, registros inéditos têm sido obtidos em mais de 1.500 km de costa monitorados. Todas as instituições executoras do PMP-BS inserem os dados coletados no Sistema de Monitoramento da Biota Aquática (Simba), uma plataforma online organizada e padronizada, gerando assim, um gigantesco banco de dados. “São informações preciosas. É possível observar padrões e variações ambientais, por exemplo, pelo registro da ocorrência das diferentes espécies e indivíduos em determinadas regiões”, completou a bióloga Ana Marina Fernandes, do Instituo Gremar, responsável pelo monitoramento do trecho entre São Vicente e Bertioga, no litoral de São Paulo.

O projeto já registrou mais de 250 espécies diferentes entre os grupos de mamíferos, aves e tartarugas marinhas, classificadas como costeiras ou oceânicas, incluindo registros raros de animais oceânicos pouco vistos no continente, como foi o caso recente da Orca-pigmeia (Feresa attenuata) registrada em Angra dos Reis.

O animal, uma fêmea adulta de 2,25m e 116kg, carinhosamente batizada pelos veterinários e tratadores de Tereza, encalhou na Praia do Provetá, na Ilha Grande, no início de março. Tereza foi encaminhada para tratamento no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Angra dos Reis, onde teve diagnóstico com um quadro grave de pneumonia e distúrbio de flutuabilidade. Após duas semanas e a estabilização do quadro clínico, retornou ao seu habitat natural. Este foi o segundo registro para espécie no PMP-BS e o primeiro caso de sucesso de reabilitação.

Casos raros

Uma espécie ainda não listada no SIMBA foi incluída no banco de dados depois de encontrada pela equipe de campo em abril de 2023. Era uma fêmea jovem da espécie de golfinho-de-risso (Grampus griseus) com 2,43 metros, recolhida já sem vida na praia de Itanhaém (SP).

“O achado de espécies como essas contribui imensamente para o aprimoramento do conhecimento desses animais, pouco estudados justamente porque não são facilmente avistados. Portanto, as informações coletadas durante o tratamento ou o exame de necropsia são importantes para que possamos entendê-los melhor e, assim, colaborar com a sua conservação”, diz a médica veterinária Vanessa Ribeiro, do Instituto Biopesca.

Em 2020, o PMP-BS registrou um dos únicos encalhes de baleias-piloto-de-aleta-curta (Globicephala macrorhynchus) no sul do país. As informações e amostras biológicas coletadas durante a necropsia embasaram um artigo científico que detectou, pela primeira vez, a presença de morbillivirus (vírus do sarampo) nesta espécie de cetáceo.


 

Mais recentemente, em março deste ano, outro caso raro e inusitado surpreendeu a equipe que monitora as praias dos municípios de Itapoá, São Francisco do Sul, Balneário Barra do Sul e Araquari, em Santa Catarina. Durante o monitoramento diário da faixa de areia em Barra do Sul o olhar apurado de um dos técnicos de campo, encontrou uma tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) recém-nascida. Este registro inédito sugere que tenha ocorrido uma desova em uma praia próxima do local onde o filhote foi encontrado. Um caso totalmente atípico, uma vez que as áreas regulares de desova de tartarugas-de-couro ocorrem na costa do Espírito Santo.


 

Saiba mais sobre o PMP-BS

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos abrange os municípios litorâneos dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e do Rio de Janeiro (de Paraty até Saquarema). A extensa área a ser monitorada (mais de 1.500 km de costa) pelo PMP-BS é dividida em Área SC/PR (execução coordenada pela Univali), Área SP (execução coordenada pela empresa Mineral) e Área RJ (execução coordenada pela empresa Econservation).

O projeto, executado pela Petrobras para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, é uma ferramenta para a gestão ambiental das atividades da companhia e entrega um resultado importante para a conservação das espécies marinhas.

A população pode participar, acionando as equipes ao avistar um animal marinho vivo ou morto, pelos telefones:

PMP Área SC/PR e Área SP – 0800 642-3341

PMP Área RJ – 0800 999-5151

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