Foi realizada no dia 10 de dezembro, no Iate Clube do Guarujá, a última etapa do Curso 4 “Como utilizar o GPS e sonar na pesca artesanal”, do Programa de Capacitação de Pescadores Artesanais e seus familiares dos municípios do litoral de São Paulo, que encerra o ano com um balanço positivo de participação e interação.

Conduzido pela AAMPESP (Associação dos Aquaviários, Marinheiros Profissionais de Esporte e Recreio e Pescadores Artesanais do Estado de São Paulo), o curso abordou técnicas de pesca sustentável, segurança de navegação, utilização prática do equipamento e noções de carta náutica, mapa utilizado para a navegação marítima. Além de Guarujá, receberam a capacitação pescadores e pescadoras de Cananeia, Iguape, Ilha Comprida, Peruíbe, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Bertioga, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba.

Realizado desde 2023, o Programa já beneficiou mais de 500 pescadoras e pescadores com os cursos “Inovando e gerando mais renda na pesca artesanal”, “Negócios sustentáveis, regenerativos e economia circular na pesca artesanal” e “Como empreender na pesca artesanal”, executados pela Fundação Instituto de Administração (FIA), contratada para a realizar o Programa, carinhosamente denominado “O Mar tá pra peixe”.

​​​​​​Segundo o engenheiro Thiago Dias Rodrigues, da área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras (ao microfone na foto acima), o Programa tem o propósito de apoiar a geração de renda, estimular a continuidade de atividades pesqueiras, valorizar a cultura, agregar valor ao trabalho que desempenham e contribuir para a conservação ambiental. “O objetivo é fortalecer a cadeia da pesca artesanal. É muito legal ver as pessoas colocando em prática o que aprenderam nos cursos”, ressalta.

Para Maria de Carvalho Tereza Lanza, gestora ambiental da APA Marinha do Litoral Centro, o Programa é voltado não apenas ao pescador, mas também para a família e todos que participam do processo da pesca. “É importante para a qualificação do pescador, para que ele possa desempenhar a pesca da melhor forma possível, ampliar o olhar para possibilidades de diversificação de venda, como agregar valor ao produto e como trazer a família para participar do processo produtivo”, explica.

Oportunidade de aprendizado

Morador do Guarujá e pescador de arrasto de camarão há oito anos, Paulo Eduardo Pignoni Vargas (foto abaixo) trabalha sozinho em alto mar e, desde quando conheceu o Programa, participa de todos os cursos e aproveita a oportunidade para trocar experiência e atualizar seus conhecimentos. “É maravilhoso porque nos ajuda na teoria e na prática. Lá fora, muitas vezes, precisamos de orientação e lembramos dos cursos como uma referência. Pretendo participar dos próximos”, disse.

​​​​​​Ao lado de um pescador com mais de 30 anos de experiência, Claudecir Carvalho Gomes Silva (foto abaixo) não acompanha o marido em alto mar, mas faz questão de participar dos cursos, pois atua diretamente na comercialização dos produtos e pretende aprimorar e aprender novas técnicas. “Fiquei muito interessada quando soube que a Petrobras estava fazendo esse trabalho. A pesca artesanal é nosso meio de sobrevivência e ficamos preocupados com o que possa acontecer no futuro. Quando surgiu essa abertura para o pescador artesanal, achei muito importante participar.”

​​​​​​Saiba mais sobre esta condicionante

O Programa de Capacitação de Pescadores Artesanais e seus familiares dos municípios do litoral paulista é uma condicionante, exigida pela Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo, órgão gestor das Unidades de Conservação paulistas vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), no processo de licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama, devido à instalação dos empreendimentos da Etapa 3 do Polo Pré-sal da Bacia de Santos.
O Programa contemplará mais quatro cursos a partir de 2025, com temas relacionados à mecânica de motores de embarcações, legislação pesqueira e formação de aquaviários, ministrados pela Marinha do Brasil.